Cheguei em São Paulo com meu diploma de desenho industrial debaixo do braço e uma porção de ilusões na cabeça. Isso foi mais em meados de 2002, acho.
Foi uma época muito precária do ponto de vista material por que eu não tinha grana nem bens como computador, celular, máquina de lavar, etc... Dividia uma kitinete com um grande amigo que na época estudava jornalismo na Eca. Durante um bom tempo minha cama foi um sofá-cama bege, muito, muito confortável.
Mas foi um tempo muito estimulante. Eu vivia ligado no 220, andava grandes distâncias, explorando a cidade, em busca de aventura. E procurava trabalho mas não procurava emprego. Eu era bem vagabundo mesmo. Essa mamata durou uns 7 meses.
Eu podia andar uns 1000 kilômetros a pé, andei por todo o perímetro central da cidade, absorvendo tudo aquilo que pra mim era novo, a megalopole cheia de gente de todo o sistema solar. Eu tinha uma viagem de me misturar a tudo aquilo a medida que eu caminhava. Imaginava meus pés absorvendo energia do chão e as comidas da rua me intoxicando e me fazendo forte.
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